quinta-feira, 1 de abril de 2010

Gestos de carinho: assim é a rotina de quem convive com pessoas com Síndrome de Down

Sorriso empolgante, mãos habilidosas. Assim, é a rotina de Pricila Ferreira Domanski, aluna da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de União da Vitória. Como Pricila, outros 25 alunos, entre crianças, jovens e adultos estudam diariamente na Apae. Além de freqüentar a mesma escola, eles tem em comum algo especial. São portadores de Síndrome de Down.
A síndrome de Down não é uma doença e nem um defeito, é uma ocorrência genética natural que pode acontecer com qualquer um. Durante a gestação as células do embrião são formadas com 47 cromossomos, que normalmente é formada por 46. Com isso, forma-se um material genético em excesso – localizado no par de número 21, alterando assim, o desenvolvimento regular da criança.
Desde 2006, no dia 21 de março, é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. O dia foi escolhido em alusão aos três cromossomos no par de número 21 que as pessoas portadoras de Down possui, então a data 21/03.
Essa diferenciação pode ser notada nas características como: olhinhos puxados, o bebê é mais molinho e o desenvolvimento geral é mais lento. Mais, com apoio e inclusão essas pessoas especiais rompem barreiras diárias, muitos até chegando às universidades.
No Brasil, a cada 700 nascimentos uma criança nasce com a síndrome, presentes em todas as raças e esferas da sociedade.
Ainda na Apae de União da Vitória você encontra com a mesma alegria, Marcela Golçavez, aluna aplicada e dedicada. Diariamente ela realiza atividades rotineiras, quando a reportagem do Jornal O Comércio visitou a escola, Marcela descascava amendoim, que segunda ela, era para alimentar o coelho da Páscoa, por que ele traria no domingo muitos chocolates.
Segundo Anaí da Luz Stelmachuk pedagoga da Escola, esses alunos aprendem quase igual uma pessoa sem a síndrome, apenas em um ritmo mais lento. Na escola, eles são acompanhados diariamente por profissionais das mais diferentes áreas. São fonoaudiólogos, terapeutas, fisioterapeutas, professores, todos, trabalhando as percepções, a coordenação motora e também a estimulação sensorial.
Os alunos permanecem na escola um período, de manhã ou à tarde. A Apae de União da Vitória atende ainda, os alunos especiais de Porto Vitória. Todos os dias, o transporte é feito da escola para casa e vice-versa, eles são entregues na porta de casa e são acompanhados nesse trajeto por monitores. Pois alguns, necessitam de muito ajuda para se locomover.
Do outro lado da linha
No mesmo ritmo de trabalhos encontramos a Apae de Porto União, que na quarta-feira, 19, adiantou as comemorações da Páscoa. A Escola possui atualmente, 18 alunos com a síndrome. E para Leoni Treml, diretora da Escola, a cada dia uma surpresa envolve os professores. “Vivemos diariamente na expectativa de surpresas, esses alunos sempre conseguem nos surpreender”.
Para os profissionais que trabalham diariamente com essas crianças especiais, o aprendizado é continuo. Com os portadores de Down o aprendizado é ainda maior, por que todos, são muito carinhosos e nunca estão de mal humor. “É muito bom estar perto deles”, sorrido destaca a pedagoga.
Em cada nova sala, que a reportagem visitou, novos sorrisos eram descobertos, como de Iranildo Tandler. Com o rostinho pintado de coelho Iranildo foi tímido nas primeiras fotos, mas depois, mostrou para todos o seu grande sorriso. O mesmo fez a pequena Thamara Miranda, que nos recebeu quando estava lanchando.
Mas, ainda vivemos em uma sociedade preconceituosa, onde a descriminação e o preconceito são vivenciados até mesmo nas próprias famílias. O importante, é tratar essas crianças com dignidade, buscando auxilio quando necessário. “Como qualquer um de nós, essas pessoas tem direito a espaço na sociedade e na escola, eles tem que ter a oportunidade de estar perto de tudo que nos estamos”, finaliza Anaí.


Jaque Castaldon

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